9 de jul. de 2011

Um fado cego de Donne Pitalurgh - publicado na edição nº 0

Dei pra dedilhar um fado cego
na guitarra portuguesa do meu medo
e pelo Alentejo eu carrego
D'oliva da manhã, o gosto azedo.

O peito enferrujado feito prego.
Heterônimo de dor e azulejo.
Meu amor, eu te amo te renego
na pessoa lusitana do meu beijo.

Quanto mais mar houvera, mais navego
oceano proceloso, céus, rochedo,
buscador que sou de primavera.

Quanto menos El Rey espera, mais eu chego,
noite alta, madrugada, manhã cedo,
na nau catarineta da quimera.

Nenhum comentário:

Postar um comentário